terça-feira, 7 de junho de 2011

Desafio #4


Como é que hoje percebemos o que é o idoso? A imagem do idoso é hoje em dia melhor ou mais ultrapassada do que no tempo dos nossos pais e avós?

E o adulto? Que sentido tiramos de ser adulto?

Será que a consciência social mudou com o passar das gerações?

Com este desafio foi-nos proposto inquirir pessoas de várias idades sobre as características que melhor definem a adultez e o envelhecimento.

Foram inquiridas 79 pessoas, com idades compreendidas entre os 17 e os 61 anos, sobre como caracterizariam pessoas entre 30 e 40 anos e pessoas com idades superiores a 60.

Para se perceber melhor a ideia maioritária que impera em cada um dos grupos, dividiram-se em 4 grupos de idade: dos 17 aos 30 anos, dos 30 aos 40 anos, dos 40 aos 50 anos e finalmente pessoas com idades superiores a 50 anos. As pessoas inquiridas eram predominantemente do sexo feminino.

Para além de ter uma visão geral da opinião que impera actualmente, queríamos verificar se existiriam diferenças entre as classes de idade.

O que concluímos foi que em relação às pessoas com idades entre os 17 e os 30, estas caracterizam as pessoas com 30-40 anos como sendo tranquilas, abertas a novas aprendizagens, felizes, opinativas, independentes e competentes. Classificaram maioritariamente como “mentira” que estas pessoas sejam sós, esquecidas, rabugentas e egoístas.

Em relação às pessoas com idades entre os 30 e os 40, estas caracterizam-se como sendo criativas, abertas a novas aprendizagens, opinativas, egoístas e independentes. Consideram que não são esquecidas, sós e aborrecidas. Não têm opinião em relação ao grau da sua felicidade e competência.

Quanto às pessoas com idades entre os 40 e os 50, estas caracterizam as pessoas com 30-40 anos como sendo criativas, tranquilas, abertas a novas aprendizagens, opinativas, independentes e competentes. Acham que não é verdade que esta faixa etária seja esquecida, sós, rabugenta, aborrecida e egoísta.

As pessoas com idades superiores a 50 anos caracterizam as pessoas com 30-40 anos como sendo criativas, abertas a novas aprendizagens e opinativas. Consideram não ser verdade que estas pessoas sejam sós, esquecidas, rabugentas, independentes e aborrecidas.

Em relação às pessoas com idades entre os 17 e os 30, estas caracterizam as pessoas com mais de 60 anos como sendo tranquilas, sós, esquecidas, rabugentas, felizes e opinativas. Classificam esta faixa etária como não sendo aberta a novas aprendizagens, independente e egoísta.

Por sua vez, as pessoas com 30 a 40 anos, vêem as pessoas com mais de 60 anos como tranquilas, sós, esquecidas, rabugentas, opinativas e aborrecidas. Avaliam-nas como não sendo abertas a novas aprendizagens e egoístas.

As pessoas com idades entre os 40 e os 50 caracterizam as pessoas com mais de 60 anos como sendo tranquilas, criativas, sós, esquecidas, rabugentas, felizes, opinativas, independentes, egoístas e competentes.

E finalmente, as pessoas com idades superiores a 50 anos vêem-se como criativas, tranquilas, sós, esquecidas, rabugentas, opinativas, independentes e competentes. Não consideram estar abertas a novas aprendizagens ou que sejam aborrecidas e egoístas.

A nosso ver, hoje percebemos o adulto como sendo uma pessoa muito segura de si mesmo, capaz de ter uma palavra a dizer em assuntos individuais e sociais. São ainda, indivíduos que conquistam a sua independência muito cedo, mas que continuam a viver em casa dos pais até mais tarde.

Não obstante, devido a uma predominância maior da educação escolar, tornam-se mais abertos a novas aprendizagens e a mudanças radicais na forma de pensamento ou de vivência, daí esta ser uma das classes que melhor se adapta às adversidades da vida e que está sempre disposta a inverter o rumo tomado anteriormente. Como se tornam mais escolarizadas e mais experientes com a entrada no mundo do trabalho, tornam-se, de igual modo, mais competentes.

Contudo, como colocam a sua realização social antes da pessoal, deixam a sua felicidade em segundo plano e, apesar de estas pessoas dizerem-se felizes a verdade é que têm cada vez menos tempo para si.

O idoso sofreu uma quebra na sua imagem actual. Já não é visto como símbolo de sabedoria e paciência, mas, muitas vezes, como mais um “fardo” que a família e, inclusive, a própria sociedade tem de carregar.

Assim, surge como um sinal de solidão e tristeza que, apesar de independentes, não são capazes de se adaptar a novas realidades, como no caso da informatização dos sistemas sociais (segurança social, finanças, loja do cidadão, etc.) ou dos próprios transportes, pois tudo lhes parece demasiado moderno.

São vistos como rabugentos e aborrecidos, uma vez que a frase “no meu tempo…” e as velhas histórias que antes eram tidas como aprendizagens de vida, que dotavam as pessoas de uma vasta experiência para o futuro, já não se aplicam aos tempos actuais, parecem-lhes descontextualizadas.

Contudo, a moral a aprender continua intacta, mas a sociedade já não dá valor ao passado, daí também caírem no esquecimento e deixarem de ser vistos como sendo úteis à sociedade. Prova disso são os casos recentes de idosos que foram encontrados mortos em sua casa passados vários anos, demonstrando com maior força a indiferença quer da sociedade, quer da família.

Em quase todos os grupos inquiridos foi difícil fazer uma identificação do grau de felicidade, mesmo que se enquadrasse nas idades seleccionadas. Isto poderá ter a ver com a dificuldade e diversidade de opiniões em relação ao que será a felicidade.

1 comentário:

GP disse...

Olá,
Até ao fim, mantiveram “vivo” o blog, com sugestões de filmes, livros, eventos e temas interessantes e pertinentes (envelhecimento activo, procura de trabalho, síndrome de peter pan, memória…). Contudo, na generalidade, parece-me que seria bom um maior enquadramento teórico ou posicionamento crítico em relação aos diferentes posts.
A análise do vosso inquérito é muito descritiva dos próprios gráficos e seria importante introduzir um tom que evidenciasse a tendência para as pessoas X pensarem “isto e aquilo” em vez de se dizer que as pessoas X “pensam isto e aquilo”. Cuidado com as generalizações abusivas (e.g. “[os adultos]como colocam a sua realização social antes da pessoal, deixam a sua felicidade em segundo plano e, apesar de estas pessoas dizerem-se felizes a verdade é que têm cada vez menos tempo para si”). Poderiam ter relacionado os dados obtidos com outros conhecimentos, ver o que é que outras investigações dizem a este respeito e confrontar os resultados, fazer algumas inferências explicativas…
Também o português por vezes é confuso e com algumas incorrecções. Atenção a isso.
A forma de fazer referências bibliográficas necessita de ser trabalhada. Tarefa a priorizar na vossa agenda: procurar na net as normas da APA para a elaboração de referências bibliográficas e de textos académicos.
Dito isto, penso que fizeram um blog interessante, que esteve sempre actualizado, ainda que pudessem ter arriscado um pouco mais na abordagem das temáticas.
Desejo-vos muito boas férias.
GP