segunda-feira, 6 de junho de 2011

Memória e envelhecimento: aspectos neuropsicológicos e estratégias preventivas


Em geral, definimos memória como a capacidade de reter e recuperar informações e, com isso, alterar o nosso comportamento com base em experiências anteriores. O cérebro possui uma certa plasticidade, ou seja, depende da alteração da estrutura e funções das células nervosas. Mas, quanto mais avançada a idade, menor a probabilidade de ocorrerem essas alterações. Por isso, considera-se a memória como o melhor marcador biológico para o envelhecimento.


Com menos de 50 anos de idade, a probabilidade de sofrer uma disfunção orgânica relativa à memória é muito reduzida. Já em indivíduos com mais de 50 anos existe a possibilidade de ocorrer várias situações patológicas que podem ser associadas a alterações de memória, caso da doença de Alzheimer, Parkinson entre outras.

Contudo, um factor coadjuvante ao declínio da memória é a perda de células nervosas a partir dos 30 anos de idade. Contudo, já se comprovou que entre os 120/125 anos de idade deteríamos ainda metade da nossa capacidade cerebral. Porém, factores como o stress, o tabaco ou as drogas, depressão, obesidade ou diabetes aceleram a perda da densidade neuronal, provocando maior declínio da memória.

O conceito de saúde da OMS é inadequado para descrever o envelhecimento, pois a ausência de doença é um privilégio de poucos, e o completo bem-estar pode ser atingido por muitos, independentemente da presença ou não de doença. O que está em causa aqui é a autonomia e não a doença (Ramos, 2003). Nesse sentido, Ramos (2003) diz que o envelhecimento saudável é resultante da interacção entre a saúde física, a saúde mental, independência diária, integração social, suporte familiar e independência económica. O desaparecimento de um destes factores pode comprometer a capacidade funcional do idoso.


Então, como podemos reduzir o aparecimento de patologias ou o declínio acentuado?

Para ser mais eficaz devemos afastar os factores de risco. Como tal, deve-se evitar entrar em situações stressantes, ter cuidados com a alimentação que permitam reduzir o risco de obesidade ou diabetes, praticar actividade física regularmente. Pode-se ainda, realizar actividades que necessitem de uma forte activação cerebral, como por exemplo aprender uma nova língua ou até mesmo dedicar mais tempo a pequenos passatempos mentalmente estimuladores, como palavras cruzadas ou sudoku.

Bibliografia:
Soares, E. (2006). Memória e envelhecimento: aspectos neuropsicológicos e estratégias preventivas. Disponível em: http://www.psicologia.com.pt/artigos/textos/A0302.pdf

Ramos, L. R. (2003). Determinant factors for healthy aging among senior citizens in a large city: the Episodo Project in São Paulo. Cad. Saúde Pública, 19, 793-797. Disponível em: http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2003000300011&lng=en&nrm=iso&tlng=en

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